terça-feira, 22 de julho de 2014

O (nosso) ponto de mutação

O texto "Lua de Mozarela" (O Porco Filósofo!) serviu para introduzir o tema da semana que abarcava discussões sobre boatos, crenças e como elas interferem no desenrolar da sociedade. 
Diariamente recebemos muitas informações provenientes dos mais diversos âmbitos da nossa vida, muitas vezes nos perdemos diante de tantas novidades e conceitos. É preciso, no entanto, saber filtrá-las. 


O filme apresentado em sala de aula pelo Professor Eric Maheu, chamado "O ponto de Mutação" é baseado em um livro de mesmo nome. 
Através da personagem Sonia, reflexões sobre temas ligados a política, sustentabilidade e ecologia nos levam a repensar os nossos posicionamentos. O filme além de criticar o método cartesiano de Descartes, gira em torno da desconstrução de pensamentos.

Aulas do dia 17 e 19 julho de 2014, Letícia Brandão. 

Coelho!

Após o recesso da Copa do Mundo, o Professor Eric Maheu abriu as discussões sobre patriotismo, futebol e Brasil. 
Fizemos a análise do texto "Coelho" (O Porco Filósofo), em que o professor Lupin e seu assistente decidem criam um dicionário de uma língua até então desconhecida. Depois de analisarem o uso das palavras pelos nativos, o professor percebe que elas pouco apresentam significado quando não são introduzidas em frases.
Percebemos, então, que existem palavras que não podem ser traduzidas para todas as línguas (a exemplo da palavra saudade) e devem ser entendidas a partir do contexto que estiverem inseridas em determinadas culturas.

(A metonímia também foi citada em sala de aula ao discutirmos sobre a relação entre os brasileiros e o futebol)

Aula do dia 10 de julho de 2014, Letícia Brandão. 

Memórias são feitas de...

O último texto que eu escolhi começa um pouco confuso. A personagem da história, Alicia, diz se lembrar muito bem de ter visitado o Panteão, em Atenas, porém, depois nos é apresentado o fato de que Alicia nunca estivera na Grécia.
Com o desenrolar da história descobrimos, então, que a amiga de Alicia havia visitado o Panteão e tinha sido a responsável por, indiretamente, através de suas fotos, ter implantado tais memórias. 


Achei interessante ler um pouco sobre o que os filósofos chamam de quase-memórias, ou seja, quando os tijolos que constroem o "eu" se misturam nas ideias de recordações de outras pessoas. Segundo esse ponto de vista, a existência continuada de um indivíduo não exige necessariamente a sobrevivência de um corpo/cérebro particular, mas a continuação de nossas vidas mentais.
Porém, é fato, quase que incontestável, que somos feitos por nossas próprias memórias, apesar de que elas se confundam com outras, de vez em quando.

3/3 dos textos, Letícia Brandão.

Penso, logo (existo)?

O segundo texto foi escolhido de forma bem aleatória, decidi abrir o livro em uma página qualquer e "Penso, logo?" (O Porco Filósofo!) logo apareceu. 
Esse monólogo, embora breve, foi o suficiente para que pudesse me recordar de uma das maiores citações do filósofo e matemático francês, René Descartes. 

 (Cogito ergo sum)

O narrador muda de nome ao longo de toda a história e faz afirmações conflitantes sobre o lugar onde vive, porém, em um sentido importante ele se torna completamente coerente e consistente com a verdade da citação de René.
Se torna, então, categórico dizer que o pensador existe durante o tempo em que o pensamento dura. O narrador não é um "eu" contínuo, mas uma série de pensamentos alternados. O monólogo, assim, cumpre a sua função de nos fazer refletir sobre as famosas palavras desse célebre filósofo, pois demonstra que elas costumam ser muito menos do que nos fazem pensar que são. 

2/3 dos textos, Letícia Brandão.

Erro bancário a seu favor

Aproveitando o recesso para a Copa do Mundo, o Professor Eric Maheu nos deixou encarregados da escolha livre de três textos extraídos do livro "O Porco Filósofo" para que pudéssemos escrever as nossas reflexões em nossos blogs.
O primeiro texto que escolhi me chamou atenção pelo título bem sugestivo. É sempre um dilema se deparar com um erro que direta ou indiretamente nos favorece de alguma forma e foi isso que o personagem principal da história, Richard, se deparou ao pedir um saque no caixa eletrônico e receber muito mais do que havia pedido, R$ 10.000 ao invés de R$ 100.
Embora o texto tenha trazido um desfecho diferente do que eu teria realizado Richard usou o dinheiro para comprar um carro a reflexão deixada pelo autor consegue permear diversas esferas. 
Ao meu ver, trata-se muito mais de juízo de consciência feito por cada indivíduo, pois é preciso ser honesto em qualquer situação e em todas as áreas da sua vida. A falta de honestidade não cabe exceções como a relatada no texto. 


("Mas mesmo que cheguemos à conclusão de que essa é uma forma de ser roubo justificado, não deixa de ser roubo. O fato de isso ser resultado de um acidente, sem a intenção de roubar, é irrelevante")


1/3 dos textos, Letícia Brandão.

Não foi culpa minha

Após a discussão sobre um caso muito veiculado na mídia – uma dona de caso no interior de São Paulo foi vítima de um lixamento após ser confundida com uma mulher que supostamente sequestrava crianças para fazer magia negra – o Professor Eric Maheu o correlacionou com o texto escolhido para a aula "Não foi culpa minha" (O Porco Filósofo!).
Vários questionamentos foram desencadeados a partir dessa discussão inicial: o que é culpa? Quando começa a nossa responsabilidade? Até que ponto o Estado pode ser responsabilizado pelo caso anteriormente exposto? 
Acredito que, apesar de ser difícil admitir que algo ruim seja nossa culpa, nós temos que sempre nos responsabilizar por nossas atitudes. Buscar pensar um pouco mais antes de agir, por exemplo, pode ser um grande começo para que sejamos responsáveis por uma quantidade bem maior de coisas boas do que de coisas ruins. 
 




Aula do dia 10 de maio de 2014, Letícia Brandão.

A família em primeiro lugar?

Esse é o título e o questionamento feito pelo segundo texto (O Porco Filosófico!) proposto em sala de aula. 
Nessa história fictícia, a personagem principal, Sally, precisa escolher entre salvar o seu marido ou doze pessoas totalmente desconhecidas de um naufrágio em alto-mar. O Professor Eric Maheu, então, logo sugeriu que a sala se dividisse em grupo para melhor analizar o texto e para responder os seguintes questionamentos: 
  • O que Sally deveria fazer? Salvar o seu marido de um afogamento ou outras 12 pessoas que se afogavam ao mesmo tempo?
  • Em que contexto deve-se priorizar os seus em detrimento dos outros?
  • Desenvolver uma situação problema envolvendo essa questão. 
O meu grupo propôs a seguinte situação-problema: "Maria é mãe de três filhos que estudam em um bairro distante da cidade, no bairro em que ela mora existe uma outra família mais carente que necessita da ajuda dos vizinhos para conseguir sobreviver. Maria, então, decide doar o dinheiro que poderia ser utilizado para contratar uma van escolar, para essa família." Seria essa uma situação em que deve se priorizar os nossos em detrimento do outros?
Esses questionamentos trouxeram inúmeras discussões, porém, todas elas se caracterizaram pela unânime afirmação de que é extremamente complexo lidar com situações que envolvam entes queridos, pois nosso julgamento acaba se influenciando pelos aspectos emocionais, acarretando, além de tudo, atitudes impulsivas e que fogem do âmbito da razão. 

(Um exemplo típico de priorização nos nossos em detrimento dos outros: o nepotismo)
 
Aula do dia 10 e do dia 24 de abril de 2014, Letícia Brandão.

Trair é uma escolha

Trair é uma escolha, não um erro. 
 (7 palavras que formam uma frase tão simples, mas com dúbia interpretação)
 

O texto "Amante Virtual" (O Porco Filósofo!) trouxe a tona diversos questionamentos acerca sobre o que realmente seria uma traição e o que isso implicava na construção do caráter de uma pessoa.
A nossa primeira aula prática foi palco de um júri baseado no texto designado pelo Professor Eric Maheu. Nesse texto, construído a partir da análise de um caso fictício, Dick é um homem casado há muitos anos com sua esposa, mas que, ao não sentir mais desejo por ela, decide utilizar o serviços de uma "Amante Virtual", um avançado software de computador que promete ser "melhor do que de verdade!" e se compromete a realizar todas as necessidades sexuais da maneira mais realista possível.
A questão é: isso se configura como uma traição? Isso é ético?
Para tentarmos responder as indagações que surgiram ao longo da leitura do texto, o júri foi montado.
De um lado, a acusação condenava a atitude egoísta de Dick ao tentar buscar um prazer unilateral que poderia causar um vício em um programa de computador que era virtual, porém traía sentimentos reais.
Do outro lado, a defesa fundamentava sua argumentação com a justificativa de que o sexo era uma necessidade fisiológica em que não haveria afetividade envolvida, além do fato de que Dick teria procurado uma amante virtual na tentativa de preservar a sua esposa.
Depois de muitas discussões e por unanimidade a atitude do réu foi condenada, considerada antiética e imoral. Mesmo com esse entendimento do júri, na minha opinião, a atitude de Dick foi apenas uma forma mais "criativa" de se buscar uma realidade virtual, facilmente conseguida através de revistas, sonhos, filmes pornôs e pensamentos. Configurando-se, assim, como uma atitude aceitável diante do atual contexto de sociedade em que vivemos. 

Aula do dia 5 de abril de 2014, Letícia Brandão. 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ainda não é tarde demais

Esse blog-diário foi proposto pelo Professor de Introdução à Filosofia Eric Maheu, docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, como forma de trazer as discussões feitas em sala de aula para fora dela. 


(Livro que será utilizado em nossas aulas: O Porco Filósofo)

Primeira aula, Letícia Brandão.